sexta-feira, 2 de março de 2012

Displasia coxofemoral canina: conheça e previna!

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A displasia coxofemoral é um problema ortopédico, de caráter hereditário, que acomete a articulação do "osso da coxa" (fêmur) e a cavidade do quadril em que ele se encaixa (acetábulo), levando a uma sobrecarga e degeneração desta articulação. Pode ser uni ou bilateral, se ocorre em uma ou em ambas articulações.


Esta doença pode acometer todas as raças, porém sua ocorrência é mais comum em animais de raças de rápido crescimento (Pastor-Alemão, Rotweiller,  Labrador,  São Bernardo etc). 

Pode ser classificada em cinco categorias: "A", são animais normais, sem displasia, "B"animais com articulações próximas da normalidade, "C" displasia leve, "D", displasia moderada e "E", displasia grave.

Os sintomas geralmente começam a se manifestar já no primeiro ano de vida, a partir de 4 meses, porém, em alguns animais, estes podem surgir de forma mais tardia. as queixas mais comumente relatadas pelos proprietários e/ou observados são:
- Redução na atividade física (passa a ficar um maior período de tempo deitado);
- Dificuldade para se levantar;
- Resistência a atividade física (saltar, correr, subir escadas etc);
- Claudicação (coxeadura);
- Marcha saltitante;
- Dor;
- Atrofia do músculo da coxa.

Animais aparentemente saudáveis, e que não apresentem nenhum sintoma de displasia podem possuir esta doença em grau menos grave, e mesmo animais saudáveis, que não são displásicos podem ser portadores de genes determinantes de displasia coxofemoral.

O diagnóstico, apesar de ser possível uma boa avaliação clínica conforme a gravidade, é dado  por meio de um raio-x específico denominado "exame de displasia".

O tratamento da displasia coxofemoral pode conservativo (clínico), com uso de analgésicos complementados por exercícios de baixo impacto (especialmente natação), fisioterapia, acupuntura,   ou não conservativo (cirúrgico). No caso de procedimentos cirúrgicos há inúmeras técnicas que podem ir desde a remoção ou reposicionamento da cabeça do fêmur, e, em casos muito severos, colocação de próteses, dentre outra possibilidades cirúrgicas.

Algumas atitudes são importantes para se reduzir as complicações e as manifestações clínicas da displasia: 
- Controle do peso (para saber mais clique aqui);
- Evitar pisos lisos e/ou escorregadios;
- Evitar exercícios exagerados e/ou iniciados de forma precoce;
- Prevenir traumas e esforços exagerados.

Dado o seu caráter hereditário a prevenção deve se basear no controle reprodutivo, evitando-se que animais displásicos se reproduzam. Ao se adquirir um filhotes, solicite sempre que possível a radiografia e o laudo de displasia dos pais do filhote. Não adquira animais cujo um dos pais seja categorizados como "D" ou "E". 

E não custa nunca repetir: em caso de dúvidas, procure um veterinário de sua confiança. 

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário


Imagens: 
01: http://www.portaldoscaes.com/images/rottweiler.jpg
02: Adaptado de: http://www.imgbox.de/users/Punix87/Huftgelenksdysplasie_3_Abbildungen.jpg


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