sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Consulta veterinária: como colaborar e aproveitar ao máximo este momento.

A consulta veterinária é um ato fundamental para o seu animal, seja na promoção da saúde e do bem-estar, prevenção ou cura de doenças, ou ainda, na sua reabilitação. Tenho observado uma série de atitudes/comportamentos dos proprietários de animais que acabam interferindo de forma negativa neste importante momento, ou tornando-o menos produtivo ao profissional e proveitoso ao animal e seu proprietário.
Para começo de conversa: não existe consulta por telefone, tão pouco "olhadinha". Consulta é consulta. O telefone pode ser uma importatne aliado em caso de urgência, pode até salvar a vida de seu animal, porém, não deve, e nem pode ser utizado para consultas. Outro ponto importante é que a consulta deve ser, sempre que possível, previamente agendada. Isto evita que você, e seu animal, dê uma viagem perdida (nem sempre seu veterinário estará disponível para atendê-lo).
Mas, quando levar seu animal para uma consulta veterinária? Infelizmente muitas pessoas procuram atendimento veterinário apenas quando o animal está doente. Na verdade há vários momentos em que se faz necessário procurar atendimento/orientação veterinário, recomanda-se, no mínimo uma visita anual, mesmo que seu animal esteja saudável e, evidentemente, sempre que houver alguma anormalidade.
É também frequente que pessoas que não tem nenhum contato como animal o leve à consulta. Isto é um erro! É fundamental que alguém que conheça bem o animal, e , no caso de doenças, possa prestar todas as informações necessárias. Esta pessoa deve ser também capaz de auxiliar na contenção do animal de forma adequada, bem como auxiliar em algum procedimento clínico que se faça necessário. A presença de alguém conhecido deixa também o animal mais calmo e facilita bastante o seu manejo. Antes de levar seu animal para um consulta atente para os seguintes pontos:
- Traga sempre consigo: carteira de vacinação, exames que por ventura o animal tenha feito, receitas de medicamentos que esteja tomando (ou tenha tomado recentemente), produtos que utiliza e quaisquer outras informações que julgue necessárias e/ou possíveis. Alguns proprietários falam coisas do tipo: "está tomando aquele remedinho da caixa de tal cor" ou então "aquele comprimido pequenininho branco", achando que o veterinário vai adivinhar qual o medicamento apenas por suas características, o que é impossível! De preferência mantenha um arquivo ou pasta com estes dados e leve-o sempre à consulta.
- Se seu animal está doente, procure lembrar-se de todas as informações sobre o quadros clínico: quando iniciou, a cronologia dos sintomas (quais sintomas surgiram primeiro, quais vieram depois), características dos sintomas (por exemplo, se há diarreia: consistência, cor, odor, frequência etc, se há lesões na pele: como começou, qual a aparência inicial, como evoluiu etc);
- Seja sincero. Não esconda sintomas nem oculte informações. me lembro uma vez em que eu questionei o que o animal comia e a proprietária categoricamente falou que "somente ração, da marca tal" e logo em seguida o cachorro vomitou feijão.  Às vezes, ainda, o animal chega em estado praticamente terminal e o proprietário relata: "começou ontem" e você percebe que o quadro tem vários dias de evolução. Mentiras e informações incompletas podem colocar a vida de seu animal em risco, portanto, não se envergonhe em falar a verdade! 
- A consulta veterinária é uma atividade de grande concentração, exercício mental e raciocínio para o clínico, o qual precisa, a partir de informações fornecidas pelo proprietário, avaliação de um paciente que "não fala" (não de forma verbal) chegar a um diagnóstico ou a um direcionamento de conduta. Muitas vezes este processo é abruptamente interrompido por um telefone. Portanto, se possível, no momento da consulta, mantenha seu celular desligado ou no modo silencioso. Já tive que aguardar quase 15 minutos um cliente desligar o celular para poder continuar a consulta;
- Pergunte! Tire todas as suas dúvidas! Converse com seu veterinário, crie um vínculo de confiança mútua. Você tem que ter segurança no profissional que está atendendo seu animal e ele precisa saber que pode confiar nas informações que você está fornecendo e que irá seguir corretamente as orientações e/ou prescrições que forem realizadas;
- Não falte às consultas de retorno quando estas forem solicitadas (elas são importantes para o acompanhamento de seu animal). De um modo geral as consultas de retorno para um determinado caso clínico são agendadas no prazo de até trinta dias, no caso de problemas dermatológicos e outras doenças, este prazo poderá ser maior. Estas consultas de retorno para um mesmo caso clínico, de um modo geral, não devem ser cobradas. Mas também não vá querer que um problema de pele gere um consulta de retorno, por exemplo, para uma fratura. Como o próprio nome diz, a consulta é de retorno, para um caso já atendido, não para uma nova doença!
Faça da consulta um momento de saúde e de conhecimento. Você, seu veterinário,e principalmente, seu animal só terão a ganhar!

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Parvovirose canina

Tenho atendido nos últimos dias vários casos de parvovirose canina então resolvi escrever este post para prestar alguns esclarecimentos sobre esta grave doença.
A Parvovirose canina é uma doença aguda (de início repentino), altamente contagiosa de canídeos em geral causada por um vírus (da família Parvoviridae) e que foi descrita pela primeira vez no início de 1970. No Brasil os primeiros relatos datam de 1980. Hoje esta doença possui distribuição mundial.
Suscetibilidade: Acomete canídeos domésticos e silvestres (cães domésticos, raposas, cães do mato, lobo-guará, etc). No caso dos cães domésticos há uma maior suscetibilidade (maior risco de contaminação) em cães das raças  rottweiler, doberman, pinscher, labrador, pastor alemão e pit bull. Outro importante fator de risco é a idade, uma vez que esta doença acomete principalmente filhotes. A ocorrência de verminoses ou de outras patologias podem agravar severamente o risco de contaminação e a gravidade da doença.
Transmissão: Parvovirus canino é altamente contagioso e mortal. Ele pode sobreviver por até um ano no ambiente contaminado ou em em objetos, como roupas, sapatos tigelas, brinquedos ou mesmo no chão. A infecção se dá pelo contato direto do animal com fezes, superfícies ou objetos contaminados.
Incubação: O período de incubação (que vai do contágio ao surgimento dos primeiros sintomas) é, em média de 3 a 4 dias.
Sintomas: Os principais sintomas da parvovirose são:
- Vômitos;
- Diarréia (muitas vezes com sangue e com odor fétido).
- Febre alta;

- Depressão;
- Falta de apetite;
- Desidratação severa.
Durante a fase aguda da doença são comuns também a ocorrência de infecções secundárias por bactérias e outros vírus.
Em alguns casos, especialmente filhotes com menos de 8 semanas o vírus pode também acometer o músculo cardíaco, neste caso, o filhote pode apresentar  dificuldade de respirar, batimentos cardíacos irregulares e fraqueza. 
Muitos cães acometidos podem também não apresentar sintomas, porém estes animais são competentes na transmissão da doença.
A letalidade é alta, alguns estudos apontam em torno de 80%, porém a gravidade depende muito do estado imunológico do seu animal.
Devido a gravidade, qualquer casos suspeito de parvovirose deve ser imediatamente encaminhado a um médico veterinário. a mote do animal pode ocorrer em questões de poucos dias ou mesmo de horas.
Tratamento: O tratamento é essencialmente sintomático, com reidratação, antibióticos para evitar infecções oportunistas e medicamentos de suporte. O animal deve ficar em isolamento, e não deve ter acesso a locais de difícil higienização (terra, gramados etc) para evitar a contaminação do ambiente. 
Prevenção: 
A vacinação (já escrevi uma postagem sobre este assunto, informe-se mais aqui) é o principal meio de prevenção da parvovirose. O filhote precisa tomar, inicialmente, três doses da vacina, com intervalos de 21 a 30 dias (conforme a vacina ou prescrição veterinária) e revacinação anual. Raças mais suscetíveis podem necessitar de uma quarta dose inicial.
Recomenda-se que cadelas sejam revacinadas no período de 1 a 2 meses antes de serem postas em reprodução, com isto aumenta-se os níveis de anticorpos no leite, conferindo maior proteção aos filhotes.
Filhotes devem evitar sair em público até que estejam com cerca de seis meses de idade, quando sua imunidade está plenamente desenvolvida.
Mesmo se um cão se recuperou de parvovírus, ele ainda pode excretar o vírus em suas fezes. Por esta razão, você não deve deixar seu cão cheirar e principalmente comer fezes de outro cão, já que esta é uma das formas mais comuns contaminação.
Evite que seu filhote tenha contato com outros cães, que não tenha acesso à rua como posto anteriormente.
O parvovirus é resistente à maioria dos desinfetantes comuns e ao calor. A desinfecção de ambientes e utensílios potencialmente contaminados deve ser feito com água sanitária (meio litro de água sanitária em 15 litros de água limpa) a qual deve ser mantida no ambiente por, no mínimo, 20 minutos. Após este tempo deve-se fazer o enxágue. 
Após a ocorrência de um caso, mesmo adotadas todas as medidas de desinfecção, recomenda-se um período de 30 dias para introdução de novos animais.


Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

Imagens:
http://www.cutepuppiesforsale.net/wp-content/uploads/2010/04/Puppies-For-Sale-2.jpg http://www.stanford.edu/group/virus/parvo/2000/Canineparvo.jpg
http://www.bestvetstore.com/wp-content/uploads/2010/05/parvo-300x200.gif

sábado, 24 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL! QUE DEUS ILUMINE A TODOS, COM MUITAS ALEGRIAS, PAZ, SAÚDE, AMOR E FELICIDADE! 
É o que deseja todos que fazem a Amicão - Clínica Veterinária!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Final de ano: Cuidado com a saúde e bem estar de seu pet.

É Natal ... final de ano... época de comemoração, fraternidade, festas, presentes. Mas o que muitas pessoas não percebem são os perigos e os incômogdos que esta época do ano ocasiona para os animais de estimação. Nesta postagem vamos tratar de alguns destes problemas, que podem ocasionar desde condições de estresse a graves doenças a seu animal de estimação.
Vamos começar pela árvore de natal. Isto mesmo, a bela e tradicional árvore de natal pode oferecer inúmeros perigos para seu amigão. Os enfeites podem ser facilmente confundidos com um brinquedo e serem acidentalmente engolidos provocando engasgos ou problemas intestinais no seu animal. Pisca-piscas ao serem mordidos, podem causar lesões, pela quebra das lâmpadas, e ao morder a fiação, seu animal pode sofrer choque elétrico. Evite colocar na sua árvore de natal enfeites comestíveis. Verifique a instalação elétrica, mantendo-as com devido isolamento e protegidas de seu animal, e mantenha seu pet afastado da árvore de natal.
As comidas que tanto nos agradam também agradam a nossos animais, porém, muitas vezes podem ser danosas. Diversos alimentos (cebolas, chocolate, café, uvas etc) são tóxicos para os animais. É também comum as pessoas jogarem ossos , especialmente para cães, só que os ossos podem, ao serem mordidos, se quebrarem formando verdadeiras agulhas que podem causar sérios danos a seu animal, além do risco de engasgo. Lambre-se, mesmo nos festejos natalinos, seu animal deve comer exclusivamente a ração. Petiscos, apenas os próprios para animais. Frutas como banana, maça e mamão podem ser oferecidos, porém, em pequenas porções (não ofereça frutas cítricas).
Os presentes, outro perigo: embalagens, sacos plásticos podem ser um grande atrativo para seu animal, e ele pode acabar se engasgando ou mesmo sufocando. Abriu o presente? imediatamnte recolha as embalagens, colocando-as em local seguro (longe de crianças e animais).
E na passagem de ano, os fogos. estes são um pesadelo para seu animal! Cães e gatos, especialmetne cães, possuem m audição bem mais aguçada que a nossa, então, o estouros de fogos de artifício pode ser, um verdadeiro amrtírio para seua animais. Se possível, evite soltar fogos. Se não há como evitar so fogos, procure manter seu animal em local tranquilo e protegido. Para abafar um pouco o ruído, coloque bolas de algodão nas orelhas de seu animal (não esqueça de retirá-las depois). Se possível fique junto a seu animal, ele vai se sentir mais seguro e menos desconfortável.
Uma última dica: mantenha seu animal sempre identificado. Há hoje diversas opções de identificação no mercado, tais como chips e coleiras de identificação. Em Crateús ainda não temos chips de identificação ainda disponíveis, porém se possível, coloque no seu animal uma placa de identificação contendo, no mínimo, as seguintes informações: nome do animal, proprietário, telefone de contato.
Com carinho e com cuidado, você vai poder aproveitar os festejos de final de ano sem colocar a saúde e o bem-estar de seu pet em risco.


Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

Imagens:

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Criptorquidismo

Criptorquidismo é uma falha na descida de um ou ambos os testículos da cavidade abdominal para o saco escrotal. Este "defeito" é mais comum em cães do que em gatos, havendo, de um modo geral, algum indício de predileção de ocorrência em algumas raças, como persas,no caso de gatos e, nos cães, Border Collie, Boxer, Chihuaua, Buldogue Inglês, Greyhound, Maltês, Schnauzer Miniatura, Old English Sheepdog, Pequinês, Poodle Toy e miniatura, Pastor de Shetland, Shepherd Dog, Husky Siberiano, Yorkshire Terrier dentre outros, podendo, no entanto ocorrer em animais de qualquer raça. Esta doenças possui um forte determinante genético e hereditário, estando também associado frequentemente a outros problemas tais como hérnias, displasia coxo-femoral dentre outras.

A descida dos testículos se até 6ª semana de idade. Nesta etapa, o seu gatinho ou cãozinho irá apresentar  testículos pequenos e de consistência macia, podendo se mover quase que livremente entre o escroto e o canal inguinal, principalmente se o filhote estiver com medo, sendo muitas vezes difícil de ser palpado. Em função desta mobilidade recomenda-se aguardar até o 6º mês de vida para se declarar um cão ou gato criptorquídico. Nesta idade, os anéis inguinais são fechados impossibilitando esta mobilidade e, na eventual não descida dos testículos, impedindo que isto venha a ocorrer.

Há diversos sintomas relacionados ao criptorquidismo. Estes sintomas variam conforme a idade  do animal, localização dos testículos (se na cavidade abdominal ou na região inguinal). Os sintomas mais comuns são esterilidade, alterações de comportamento, problemas de pele ocasionadas por distúrbios hormonais, subdesenvolvimento dos órgãos genitais, tumores (alterações neoplásicas) dos testículos, dentre outros.

Na ocorrência de criptorquidismo unilateral, quando é encontrado apenas um testículo no saco escrotal, o animal geralmente é fértil.  

O diagnóstico é dado pela palpação do saco escrotal do animal, e como dito anteriormente deve-se considerar o critorquidismo efetivo apenas após o 6º mês de vida.

O tratamento do critorquidismo pode ser medicamentoso ou cirúrgico dependendo da idade do animal, porém, de uma forma geral, a castração (cirurgia) é recomendável, já que, por ser um problema com forte componente genético, não é interessante que cães ou gatos com criptorquidismo (caso seja fértil) seja posto para reprodução.  A cirurgia também é necessária, de forma precoce, para evitar que os testículos retidos venham a desenvolver alterações neoplásicas ou apresentar algum outro problema. 

Bem,agora, se seu cão ou gato tem mais de 6 meses e não apresenta um ou os dois testículos no saco escrotal, procure um veterinário de sua confiança. A cirurgia pode evitar muito sofrimento para seu animal e mesmo salvar a vida de seu amigão!


Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

Imagens:
http://images.mylot.com/userImages/images/postphotos/2234386.jpg
http://www.websters-onlinedictionary.org/images/wiki/wikipedia/commons/thumb/4/45/Inguinal_cryptorchid_1.JPG /350px-Inguinal_cryptorchid_1.JPG (Adaptação)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Hora do banho parte 2: Gatos

Na nossa última postagem falamos sobre como banhar um cachorro. Mas agora  vamos tratar dos bichanos.  Há muitas controvérsias sobre a necessidade ou não de se banhar gatos. Para muitos, o banho em gatos, em especial aqueles de pelo curto e que são exclusivamente domiciliados, não se faz necessário, pelo fatos destes animais conseguirem fazer sua própria higiene. Porém, eventualmente, gatos podem ser banhados. 
Para começo de conversa, vamos ter em mente que gatos, de um modo geral odeiam tomar banho, porém, como toda regra tem exceções, há evidentemente alguns bichanos que simplesmente adoram. De um modo geral este procedimento será melhor executado se   tivermos a participação de duas pessoas, pois enquanto uma segurar o bichano enquanto outra irá banhá-lo.
O preparo:
Gatos decididamente não gostam de água, assim todo o preparo para o banho deve ser feito sem queo bichano perceba esta preparação. Para banhar seu bichano você vai precisar:
- Banheira, bacia ou pia;
- Xampu, não podendo utilizar, evidentemente, produtos "de gente". Procure o produto mais específico possível;
- Algodão hidrófobo, na ausência deste utilize algodão comum;
- Pano macio;
- Uma banheira;
- Toalha limpa.
Mãos à obra:
Saiba que, decididamente, gatos, não gostam de água, então todo o preparo do banho deve ser feito fora do campo de observação de seu animal, assim você vai evitar um aumento no estresse de seu animal. De preferência utilize uma banheira ou bacia, a água deve estar levemente morna. O volume de água na banheira/bacia deve ser o suficiente para alcançar a barriga de seu bichano. Para melhorar a aceitação, mantenha na água brinquedos de borracha e brinque com seu bichano durante o banho.
Importante: Antes de molhar seu gato, coloque bolas de algodão hidrófobo na orelha do bichano, isto irá evitar a entrada de água e a ocorrência de otites (infecção de ouvido).
Para conter seu bichano, segure-o com firmeza pela pele na nuca, com cuidado para não machucá-lo). Comece molhando todo o corpo do bichano, do rabo à cabeça a cabeça. Na cabeça, não jogue água diretamente, Molhe a cabeça com um pano úmido ou jogue água de forma suave, diretamente com suas mãos. Aplique o xampu em todo o corpo do animal, tendo cuidado para não cais nas orelhas e olhos, deixando o produto agir pelo tempo recomendado na embalagem ou prescrito por seu veterinário (no caso de banhos terapêuticos). Em seguida enxague em seguida com água em abundância para remover todo resquício do produto utilizado no banho, pois pelo hábito de se lamber seu bichano pode acabar se intoxicando ou desenvolvendo alergias ao xampu utilizado.
A secagem: 
Pronto, hora de secar. Retire o algodão das orelhas de seu bichano. Para secá-lo utilize uma toalha limpa e macia. Se necessário utilize um secador, na temperatura mais baixa e mantendo-o distante do seu gato,  porém, estes geralmente rejeitam o secador em função do barulho. Uma boa dica é banhar seu gatinho em um dia de sol e após a secagem com a toalha colocá-lo em uma área com incidência direta do sol para completar a secagem.
Vale lembrar que, no caso dos gatos,o banho não substitui a escovação frequente da pelagem (diária ou a cada dois dias).


Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário


Imagens:
http://www.pictures-of-cats.org/images/cat-bath-2.jpg
http://catgroominglosangeles.com/wp-content/uploads/cat-grooming-los-angeles.jpg



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Hora do banho parte 1: Cães

Muitas pessoas ficam em dúvidas quanto ao banho de seus animais de estimação. Neste, e no próximo post vamos nos dedicar exclusivamente a este tema. Hoje, especificamente, vamos tratar do banho de nosso cachorros.
Para começo de conversa, vamos tratar da frequência. Animais com distintos estilos de vida exigem frequência diferenciada de banho. Animais que costumam permanecer em ambientes abertos, com terra, que gostem de escavar vão precisar de uma frequência maior de banhos que um animal que fica apenas dentro de casa. Animais de pelagem longa e ondulada precisam de uma frequência maior de banhos que uma animal de pelagem lisa e curta. De qualquer forma banhos muito frequentes irão remover da pele de seu animal óleos essenciais, necessários à preservação da integridade do pelo, podendo deixá-los ressecados. Uma boa dica para reduzir a frequência dos banhos é a escovação diária dos pelos de seu animal. Desta forma você mantém a pelagem sempre limpa, evita a formação de nós. Para isto utilize escova apropriada. 
O preparo
Antes do banho separe todos os itens necessários. Preferencialmente sem que seu cachorro veja, pois isto poderia deixá-lo ansioso. Você vai precisar:
- Coleira e guia, para contenção de seu animal;
- Xampu: muitas pessoas utilizam xampu "de gente" para banhar os animais. Isto é um erro! o produto deve ser adequado para seu animal. Existe no mercado uma grande variedade de produtos, indicados para as mais diferentes características de seu animal tais como cor do pelo, idade etc. Procure se informar com seu veterinário qual o produto mais indicado para seu animal;
- Bolas de algodão (hidrofóbo): Serão utilizadas na orelha para evitar a entrada de água no canal auditivo. Devem ser de tamanho adequado para seu animal. Bolas muito pequenas podem entrar muito no ouvido de seu animal. Se você não tem algodão hidrófobo utilize 
- Escova macia;
- Pano, toalha limpa ou esponja macia (para limpeza da região do focinho e proximidade dos olhos);
- Toalhas limpas para enxugar seu amigão;
- Secador de cabelo (opcional);
- Escova.
Mãos à obra:
O primeiro passo evidentemente é proteger as orelhas de seu animal. Coloque cuidadosamente as bolas de algodão no canal auditivo para evitar a entrada de água.
A água utilizada no banho deve estar em uma temperatura agradável, nem muito fria, nem quente. O ideal é que a água esteja levemente morna, na temperatura similar à utilizada para dar banhos em bebês!
Comece molhando todo o corpo do animal.  Quando ele estiver completamente molhado, aplique o xampu nas costas de seu animal e massageie suavemente, espalhando por todo o corpo. Para facilitar este trabalho você  pode diluir o xampu em  água, utilizando 1 parte de xampu em 4 partes de água. Deixe o produto agir por alguns minutos. Lave cuidadosamente as patas, cauda e dobras de seu animal. Cuidado para que não caia nenhum produto na boca, olhos e ouvido. Em especial cães  de raça com focinho curto podem aspirar o xampu. Use o pano ou esponja umedecidos (esprema para retirar o excesso de água) limpar e lavar o rosto, e a escova macia para limpar as patas, entre os dedos e nas unhas. 
Finalizando:
No enxague, utilize água em abundância, preferencialmente repita este procedimento para promover a remoção de quaisquer resquícios de produtos de limpeza, que podem ocasionar problemas alérgicos. 
Após o enxágue, vem a secagem. Esta etapa pode ser realizada com uma toalha limpa, e para finalizar a secagem, caso você queira, pode utilizar um secador de cabelo, neste caso coloque-o na temperatura fria e mantenha a uma distância mínima de um palmo (mais ou menos 20 cm) de seu cão. Não se esqueça de retirar as bolas de algodão da orelha de seu animal e complete a secagem da orelha com algodão hidrófilo.
Acabou? Não! Agora é importante que você escove seu animal, com escova apropriada. Isto irá permitir a evaporação da água residual e vai também evitar a formação de nós.
É importante que seu animal não tenha contato com terra ou areia até que esteja com a pelagem completamente enxuta.
Dica: Para que seu cão não crie nenhuma aversão ao banho, torne este momento mais prazeroso. Faça carinho em seu animal, fale com ele durante o banho (tá, vai parecer meio bobo ou maluco, mas funciona!) e ao fim procure oferecer um petisco ou algo que ele goste. 
Agora sim, seu cachorro estará com o pelo limpinho e livre daquele "cheirinho" de cachorro sujo.
ALERTA: Ainda vou falar de tosa, mas uma opção é levar seu animal a uma clínica veterinária  ou pet-shop para tomar banho ou serem tosados (pode ser lá na Amicão mesmo). Muitas vezes, estes procedimentos são trabalhosos e alguns profissionais e estabelecimentos sem ética utilizam tranquilizantes sem prescrição e sem acompanhamento veterinário, colocando a vida de seu animal em risco. Não permita que seu animal tome tranquilizantes para tomar banho ou ser tosado, a não ser que haja absoluta prescrição e acompanhamento veterinário, e mesmo assim questione sempre a necessidade do uso destes artifício, o qual não é recomendável! 

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

Imagem:
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O antes e o depois da cirurgia: saiba como cuidar de seu animal.

Hoje me chega um cliente e  pergunta se poderia vir a qualquer momento na clínica que eu faria a castração de seu cachorro. Eu então fui explicar para ele  que neste caso não, que seriam necessários alguns cuidados etc... etc... Foi uma conversa rápida, mas acho que consegui ser claro... Bem, resolvi escrever esta postagem, pois acho importante  orientar os proprietários (lá se vem novamente este termo, que, como eu já expliquei anteriormente, não me agrada muito...) sobre os cuidados ligados a procedimentos cirúrgicos. Muito provavelmente seu animal vai, em algum momento passar por um procedimento cirúrgico, seja por questões de bem estar e saúde, como é o caso das castrações, histerectomia, ou então para tratamento de uma doença. 
Uma cirurgia se dá essencialmente de duas formas: planejada e com alguma antecedência, mesmo que de poucos dias, ou então de forma emergencial, quando você não terá condições nem tempo de prepará-lo adequadamente par o procedimento. Então daí vem a primeira dica: mantenha seu animal sempre com calendário de vacinação e controle de parasitas em dias! Animais com parasitas tem um processo de recuperação em pós operatório geralmente mais demorado e com maiores riscos de complicações, assim manter seu animal livre de pulgas, carrapatos e vermes é fundamental para evitar doenças e mantê-lo sempre em melhores condições para uma eventual cirurgia. Quanto à vacinação, se faz importante pois o estresse pós-cirúrgico pode reduzir a capacidade imunológica de seu animal e ele pode mais facilmente contrair alguma doença infecciosa, então mantenha as vacinas de seu pet sempre em dia.
Se o procedimento pode ser agendado e você tem tempo para se preparar e preparar seu animal, alguns cuidados devem ser tomados (vou considerar que seu veterinário já solicitou os exames pré-operatórios, fez todas as avaliações clínicas necessárias...): 
- Sendo necessário, de 4 a 5 dias antes do procedimento, mande tosar seu animal. Não deixe para fazer isto na véspera. Na véspera da cirurgia, seu animal deve evitar sair de casa (exceto para fazer as necessidades - lembre-se de recolher as fezes de seu animal, colocá-las em saquinhos plásticos, amarrar a boca do saco e entregar na coleta de lixo). 
- Se possível dê, em casa mesmo, um banho em seu animal na véspera do procedimento;
- Durante o procedimento de anestesia (e portanto esta dica serve também para procedimentos como remoção de tártaro) seu animal pode apresentar vômito, que além de poder gerar contaminação, se aspirado e causar graves danos à saúde de seu animal. Para minimizar este risco, você deve deixar seu animal em jejum alimentar, pelo menos, 12 horas  antes do horário agendado para o procedimento, porém a água deve ser mantida à disposição de seu animal. 6 horas entes do procedimento deve retirar também a água;
- Seu veterinário pode também prescrever algum medicamento específico, em especial antibióticos para serem dados na véspera da cirurgia;
No dia da cirurgia chegue com seu animal no horário combinado. Lembre-se que há um profissional que estará deixando de marcar outros procedimentos ou deixando de realizar outras atividades aguardando você e seu animal. A pontualidade também é importante para que haja tempo hábil para os preparativos pré-operatórios;
- Durante o transporte procure manter seu animal calmo. Evite levá-lo à pé. O transporte deve ser tranquilo e confortável;
- É importante que você converse sempre com seu veterinário. Tire todas as dúvidas, os riscos (é todo procedimento , em especial os cirúrgicos, tem risco) Informe-se. Questione como será a anestesia, como será o procedimento. pergunte! é um direito seu.  
O pós operatório exige ainda maiores cuidados:
- Seu animal, retornando da anestesia vai estar sonolento, poderá urinar, defecar ou mesmo vomitar. Procure entretanto mantê-lo sempre limpo. Nas primeiras 24 horas, procure manter seu animal em local limpo, tranquilo e silencioso. Evite que pessoas ou e mesmo outros animais venham importuná-lo;
Mantenha seu animal devidamente agasalhado com um pano. Evite deixá-lo diretamente m contato com o chão;
- Não tente fazer com que seu animal coma contra sua vontade. O efeito residual dos anestésicos podem fazer com que seu animal vomite. A primeira refeição deve ser dada apenas 12 horas após a cirurgia;
Atente para a medicação prescrita por seu veterinário. Verifique sempre a dosagem, frequência e duração do tratamento. NUNCA forneça medicamentos por conta própria;
A maioria dos animais vai tentar lamber suas feridas, mas eventualmente irá se acostumar com os pontos. Se ele insistir ou caso seu veterinário recomende utilize o colar elizabetano;
Procure manter seu animal, em especial nos 7 primeiros dias, contido em espaço no qual não faça nenhum grande esforço (pular, correr etc.) a fim de evitar ruptura dos pontos;
- Para a realização de curativos, dê preferência a pomadas e sprays, e utilize conforme orientação de seu veterinário. Evite cobrir a cicatriz cirúrgica, a não ser que seu veterinário recomende;
- A retirada de pontos deve ser realizada em torno de 10 ou 11 dias, ou conforme orientação de seu veterinário.

Tomando estes cuidados seu animal vai se recuperar mais rapidamente e de forma mais tranquila, reduzindo os riscos de complicações.


Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário


Imagens: 
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sábado, 3 de dezembro de 2011

Epilepsia e convulsões em animais.

Epilepsia é uma das doenças que muitas pessoas estranham quando da sua ocorrência em animais. Pois é, animais também podem ter epilepsia, e esta é uma doença de ocorrência comum, sendo mais frequente em cães, principalmente das raças Pastor Alemão, Beagle, Dachshund, São Bernardo, Cocker Spaniel, Boxer, Husky Siberiano, Border Collie, Poodle Miniatura, Fox Terrier, Labrador Retriever e Golden Retriever são as mais comumente acometidas. As demais raças de cães e aqueles sem raça definida também podem desenvolver a doença embora com menor frequência. As convulsões normalmente iniciam-se entre 6 meses e 3 anos de idade, embora não sejam observadas até os 5 anos de idade. Esta doença é de menor ocorrência em gatos, não havendo, neste caso predileção racial.

Apesar de serem tratados ou compreendidos muitas vezes como sinônimos, estes termos, epilepsia e convulsão, são distintos. A epilepsia é uma disfunção do cérebro que cursa com descargas elétricas anormais e excessivas do cérebro do animal, já a convulsão é uma das manifestações clínicas, na verdade a principal e mais importante, da epilepsia, se caracterizando pela ocorrência contrações espontâneas e intensas da musculatura da cabeça, pescoço e membros. Assim vale ressaltar que na epilepsia sempre há convulsão, porém, nem toda convulsão é decorrente de epilepsia.

A epilepsia pode ser verdadeira, quando é decorrente de um problema hereditário, ou adquirida, geralmente relacionada a históricos de traumatismos, doenças, tumores etc. 

A convulsão, na epilepsia, apresenta as seguintes etapas:

Pródomo: o animal fica agitado, inquieto e inseguro. Esta fase pode durar algumas horas ou mesmo dias;

Aura:  é o início verdadeiro da convulsão. Geralmente, o  animal percebe que irá convulsionar e. ansioso procura se esconder ou ficar próximo do proprietário. 
Tanto o pródromo quanto a aura podem passar desapercebidos pelos proprietários, as quando o animal já é sabidamente epilético, o proprietário já percebe a aproximação de uma crise convulsiva.
Convulsão: pode ser generalizada, generalizada grave, parcial ou parcial generalizada
Na convulsão generalizada o animal apresenta contrações dos músculos da cabeça, pescoço e membros. Podem ocorrer vômitos, salivação, ansiedade. O estado de consciência é preservado. Geralmente de duração breve, às vezes menos de um minuto, porém em casos especiais pode durar até uma hora! 

A convulsão generalizada grave,  também chamada de "grande mal", pode ocorrer repentinamente. O animal cai inconsciente e seu corpo fica endurecido. Os olhos ficam arregalados, as pupilas dilatadas e a língua arroxeada. O animal baba excessivamente e pode chorar, defecar ou  urinar. A duração deste tipo de convulsão é de aproximadamente cinco  minutos.

A convulsão parcial pode não ter as duas fases anteriores (pródomo e aura), sua duração e período de recuperação são muito variáveis. As suas características também são variáveis. Os especialistas citam como convulsão parcial, as seguintes atitudes: correr histericamente de um 
lado para outro (sem objetivo), mastigar e engolir, repetidamente, (como se estivesse comendo ou bebendo), estalar a boca (como se estivesse chupando balas), gritar, dar sacudidelas de cabeça (como se estivesse espantando insetos ou com dor de ouvidos), movimentar involuntariamente os olhos (de um lado para o outro), contorcer a face, acessos de vômito e diarréia (sem doença), medo intenso (de coisas imaginárias), caçar moscas (que não existem no ambiente), contemplar estrelas (olhar fixamente para um ponto qualquer, como se estivesse vendo alguma coisa muito interessante), salivação abundante, caçar a cauda (rodar compulsivamente querendo pegar a ponta de seu próprio rabo), lamber repetidamente,  às vezes, até ferir, alguma parte de seu corpo, como patas e flanco e contrações isoladas de músculos do corpo.

A convulsão parcial generalizada é aquela que começa com uma convulsão parcial, como acima citado, e que, com  o decorrer do episódio, se generaliza. Às vezes, o animal levanta um membro ou contrai um músculo e em seguida convulsiona, com todo seu corpo.

Pós-convulsão: o animal se recupera e pode se apresentar de várias maneiras: triste, cansado, irritado. colérico. Muito ativo, desorientado, trêmulo, cambaleante, sonolento, sedento ou faminto. Esta fase pode durar de minutos a dias.

O que fazer durante uma crise convulsiva?

-  Observe o animal e evite que ele se machuque. 

-  Não é necessário puxar a língua do animal, a menos que ele a esteja mordendo e ferindo. Nesse caso, enrole um pano limpo e coloque entre os dentes dele para evitar que continue 
machucando a língua (nunca tente "puxar" a língua do animal).

-  Se o animal é saudável e não sofre de problemas cardíacos graves, não há risco de morte. Aguarde o ataque passar.

-  Caso o ataque tenha uma duração muito longa ou recomece, encaminhe o animal ao veterinário imediatamente, Neste caso transporte-o em uma superfície macia, preferencialmente em maca feita estendendo-se, segurando pelas pontas, uma toalha ou cobertor. 

-  Após retornar à consciência e estando recuperado, o animal pode beber e comer. Mas certifique-se de que ele esteja 100% consciente. Ofereça alimento em pequenas quantidades.

-  Cães e gatos epiléticos não devem ter acesso a áreas com piscina. Durante um ataque o animal pode cair dentro dela e se afogar. 

A avaliação da epilepsia e/ou da convulsão exige que o proprietário fornaça informações precisas sobre o evento, etão atente para as seguintes informações que devem ser repassadas a seu veterinário:

- Seu animal foi exposta a alguma substância tóxica? (inseticidas, rodenticidas (veneno para rato) etc);
- Quanto tempo durou a convulsão?( convulsões geralmente são rápidos, porém, na avaliação do proprietário, aqueles poucos segundos/minutos de angústia parecem uma eternidade, então, se possível marque com um relógio a duração da crise);
- Quando e em que circunstâncias os eventos ocorreram;
- Intervalos entre convulsões (se tiver ocorrido mais de um, claro!)
- Comportamento anormais antes ou após o evento;
- Procure descrever a convulsão: nível de consciência do animal, se defecou ou urinou etc.

Após avaliação clínica, solicitação de exames complementares, seu veterinário irá prescrever o tratamento mais adequado a seu animal.  A avaliação veterinária também é importante no monitoramento de animais e m tratamento e para diagnóstico eventual de outras causas de convulsão, que não a  epilepsia. 

A maioria dos casos de epilepsia pode ser controlada com sucesso, se seu animal pode ter uma vida normal, feliz e saudável.

Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário

Imagem: http://blog.petmeds.com/wp-content/uploads/2009/10/epilepsy-dog-cat.jpg