Somente para quebrar um pouco a sequência de postagens sobre primeiros socorros, resolvi abordar um assunto, o qual muitas vezes as pessas não sabem ser possível, e mesmo comum, em nossos animais: Diabetes.
Apesar de ser uma doença mais comum em cães, alguns estudos internacionais apontam um crescimento na ocorrência de diabetes em gatos.Mas, qual o origem desta doença?
A diabetes mellitus é uma doença relacionada à produção ou ao funcionamento de um hormônio produzido pelo pâncreas chamado insulina. Este hormônio é importante pois atua como uma "chave" que possibilia à glicose (açucar) presente no sangue entrar nas células, onde é utilizada como alimento (fonte de energia). Quando há falhas na produção de insulina , ocorre a chamada diabetes tipo I (ou insulina-dependente). Este tipo de diabetes ocorre pela perda da atividade das chamadas células beta, que são responsáveis, no pâncreas, pela produção deste hormônio. assim, o organiasmo torna-se incapaz de produzir sua própria insulina. A diabetes tipo II (não insulina-dependente) se dá por uma redução parcial na produção de insulina ou ainda, pelo surgimento de resistência à ação deste hormõnio. Neste caso, a insulina está presente no sangue, porém as células não respondem a ela como deveriam.
Estima-se 1 em cada 400 cães e gatos seja diabético. Cerca de 60% dos gatos com diabetes mellitus tenham o tipo I e que 40%, o II. No caso dos cães, praticamente 100% dos animais possuem o tipo I.
Sintomas:
Não são muito diferentes os sintomas da diabetes tipo I e II. Também ocorrem nos animais, caraterísticas clínicas similares aos que ocorrem nos seres humanos:
- Perda peso, apesar de, em muitos casos, se observar um aumento de apetite;
- Ingestão excessiva de água (polidipsia);
- Urina frequente (poliúria);
- Em alguns animais pode ocorrer perda de peso;
- Alterações no hálito, com surgimento de odor similar à acetona, ou odor "químico";
- Adelgaçamento da pele, que fica mais "fina" e "frágil".
Em cães pode ocorrer catarata, e no caso dos gatos, é comum a neuropatia periférica, manifestada principalment pelo enfraquecimento nos membros posteriores, dando ao animal um andar "travado" e cambaleante.
Diversas complicações podem se manifestar, em especial se o animal entra em um quadro chamado de cetoacidose diabética, com vômito, dppressão, colapso, respiração rápida e superficial, coma e morte. Outras complicações como cegueira, insuficiência renal, pneumonia podm ocorrer como complicações.
Tratamento;
O tratamento deve ser realizado em abordagens múltiplas, envolvendo:
- Alimentação, com utilização de dietas hipoglicemiantes, e rações específicas para animais diabéticos;
- Medicação, com uso de hipoglicemiantes orais;
- Injeções de insulina, com uso de hipoglicemiantes orais;
- Atividade física também é indicada para animais diabéticos, conforme o estado clínico do animal.
O monitoramento rotineiro da glicemia é uma medida importante e necessária para o controle adequado da diabetes. O acompanhamento adequado é fundamentl para se evitar as complicações.
Se você suspeita que seu animal possa estar com diabetes procure o veterinário de sua confiança, ele irá solicitar uma série de exames, os quais, associados à avaliação clínica irá possibilitar o estabelecimento de um bom diagnóstico, possibilitando assim definir o tratamento mais adequado E lembre-se: quanto mais cedo o problema for diagnosticado, mais efetivo será o tratamento e menores serão os riscos de complicações.
Juracir Bezerra Pinho
Médico Veterinário.