Após a digestão, os açucares
(glicose) contidos nos alimentos são absorvidos pela corrente sanguínea e
levados até as células, onde servem como principal fonte de energia. Neste
processo a atuação de um hormônio se torna fundamental para o bom funcionamento
deste mecanismo: a insulina.
A insulina é
produzida no pâncreas, cai na corrente sanguínea e ao chegas nas células onde se
liga a receptores específicos. Esta ligação promove uma reação química na
célula, a qual culmina com a ativação de um grupo de proteínas denominadas
transportadoras de glicose (GLUT), que carreiam a glicose do sangue para o
interior das células, onde finalmente os açucares são utilizados na produção de
energia.
Porém, em
determinadas circunstâncias, o pâncreas não produz insulina em quantidade
suficiente, em outras ocorrem problemas não na produção de insulina, mas na sua
ligação com receptores nas paredes das células, que não funcionam de forma
adequada, assim os açucares se acumulam no sangue. A esta doença chamamos
DIABETES.
Muitas pessoas
estranham quando um veterinário fala “seu cão (ou gato) está com diabetes!”. Quase
sempre o proprietário (prefiro cuidador ou responsável) do animal faz uma cara
de espanto e retruca: “mas cachorro (ou gato) tem diabetes!?!?”. A resposta é,
evidentemente: SIM!
Estimativas apontam
que cerca de 1 em cada 400 cães ou gatos apresentem esta doença. Os sintomas
geralmente apresentados envolvem sede excessiva (ingestão de grandes
quantidades de água), grande volume urinário (em alguns casos pode ocorrer
incontinência), perda de peso, aumento do apetite, cansaço, fraqueza, perda de
visão dentre outros.
Diversos fatores
podem levar à ocorrência de diabetes nos nossos animais de estimação, tais como:
processos infecciosos e inflamatórios, em especial no pâncreas, além de
alterações hormonais, uso de determinados medicamentos, se situam como
principais causas de diabetes.
A diabetes é uma
doença que apresenta alguns fatores de risco, ligados principalmente à condição
corporal do animal – obesidade (para saber mais clique aqui), idade, afetando
animais geralmente com animais entre 7 e 9 anos (ATENÇÂO: a diabetes pode
ocorrer em animais de qualquer idade!) além de predileções raciais (Samoiedo, Schnauzer
e Poodle miniatura e Bichon Frisé).
O diagnóstico é
realizado por meio de exames laboratoriais (glicemia, sumário de urina etc),
associado a uma criteriosa avaliação clínica.
O tratamento, praticamente
na totalidade dos cães e na grande maioria dos gatos, exige a aplicação, pelo
resto da vida do animal, de insulina. Anti-hiperglicemiantes de uso oral podem
ser prescritos. Outras medidas também podem, e se fazem, necessárias, tais como
controle do peso, melhoria da qualidade alimentar, realização de atividades
físicas etc. O animal diabético exige acompanhamento e cuidado contínuo, compromisso
e dedicação de seus cuidadores e um criterioso acompanhamento veterinário, porém,
com o tratamento, seu animal, respondendo bem à medicação, pode ter uma vida
plena , longa e feliz.
Juracir Bezerra Pinho
Médico
Veterinário
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